sábado, 29 de maio de 2010

Balada para uma velhinha


Estes cinco excertos de escritores, baseiam-se em histórias de pessoas de idade avançada, o seu sofrimento e os males que aparecem até ao fim de suas vidas.

Balada para uma velhinha.

Escolhi este texto da Balada para uma velhinha, do poeta José Carlos Ary dos Santos.
Nasceu na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, a 07 de Dezembro de 1936 e faleceu a 18 de Janeiro de 1984 na mesma cidade. Ficou conhecido no meio social e literário por Ary dos Santos. Este poema e canção retrata de um certo forma os últimos anos da vida das pessoas. Refiro me mais às pessoas de recursos económicos mais baixos e também com a relação da família e a sua maneira de aceitar as pessoas de idade avançada.

A velhice é uma etapa da vida muito triste quando não se tem amigos da mesma idade e a saúde não seja a melhor, porque assim sentimo-nos muito sós.
A sociedade parece que está feita para os jovens, porque existem muitas diversões e tudo o que é informação está sempre relacionado com a juventude, a competição e a agilidade.
A balada da velhinha indica os dias solitários quase ao abandono do ser humano, mas sempre com um resto de juventude no corpo, aquele que já fez tudo neste mundo para viver até à idade do cansaço.
A expressão de arte é feita na música que se ouve com a sua melancolia tão comum no fado.
No jardim, ela contrasta as marcas da idade com a renovação da beleza dos jardins que aconteçe todas as primaveras.

A minha mãe demente

A minha mãe é um exerto do livro,” O mundo é tudo o que acontece” de Pedro Paixão, escritor português, nascido em Campo de Ourique (Lisboa), no dia 7 de Fevereiro de 1956. Doutorado em Filosofia.
Este senhor ao ver a mãe assim, sente um sofrimento enorme de ver ela naquele estado de angústia e total demência.
Quando era nova, gostava muito de ler e instruiu o filho com todos os conhecimentos que tinha aprendido. O estado a que chegou foi ao extremo porque se isolou e não sabe onde está e perdeu a noção do tempo e as pessoas para ela já não são nada. O tempo parou e a correria não tem sentido porque não sabe o que vai fazer.
Quando se chega a um estado de saúde assim, as pessoas mais próximas sofrem todos os dias. A melhor forma para cuidar destes doentes seria haver uma instituição que as trate e estejam em comunidade com os mesmos males.

Lar de idosos
valter hugo mãe é o nome artístico do escritor Valter Hugo Mãe (Saurimo, Angola, 25 de Setembro de 1971). Além de escritor é editor, artista plástico, cantor e DJ português. É interessante a forma como escreve, com poucos parágrafos e começa sempre com letra pequena.
Esta é a história de quem, no momento, perde a mulher que repartiu a vida e sente-se só e condenado, pelo facto de a família o entregar a clausura do lar dos idosos, mas ainda se sente novo e bastante lúcido, e correu todos os lugares do lar dos velhos e notou que estava longe dos seus dias porque ainda via na janela o jardim, porque tem outra etapa pela frente que o pode preocupar, quando for mais para perto do cemitério.
O viúvo sente-se como empurrado no lar só para não ser um estorvo em casa.
Nos nossos dias acontece com regularidade afastarem as pessoas de idade da família porque só dão trabalho e tem que haver um agregado da família disponível, mas na sociedade em que vivemos torna-se difícil devido a terem que trabalhar para o sustento da casa.
As reformas são pequenas, quase não dá para pagar o alojamento da residência que será o último na vida de quem pára por ali.
Viver num quarto com grades e sem vista para ser contemplada é muito triste para ele que tinha tido sempre essa possibilidade.
As tristezas maiores que notamos a quem visita essas casas, é os medicamentos para acalmar e pôr a dormir os mais teimosos, que acabam por incomodar o funcionamento regular dos hóspedes.
Antigamente, não há muito tempo, os idosos da família eram acompanhados pelos filhos e criavam os netos.
Conheço muitos lares de idosos. Como em tudo, há os bons e os maus, mas há uma enorme voracidade de ganhar dinheiro à custa dos velhos. Os proprietários deste lar eram um exemplo disso. Não só os amontoavam, como não lhes disponibilizavam pessoal de apoio em número suficiente. Gente desta estirpe merecia ser severamente punida. Condenada a restituir aos velhos o dinheiro que lhes andou a cobrar ao longo de vários anos, proibida para sempre de explorar um lar e privada da propriedade onde os albergava, que reverteria para a Santa Casa da Misericórdia local.
Muitos destes velhos serão, provavelmente, pessoas sem problemas graves de saúde que mereciam maior atenção por parte das famílias e do Estado. Gente que precisa de atenção e carinho e não pode ser tratada como um objecto de quem a família se quer ver livre e a quem o Estado não dá condições de vida dignas. O actual governo tem tomado algumas medidas positivas em relação aos idosos mas não tem criado condições para que as famílias não se vejam obrigadas – por falta de alternativa a colocar os seus velhos em lares. Foi uma boa ideia criar um apoio especial para famílias que, tendo seniores a seu cargo, pretendam prestar-lhe assistência.
O problema é que ninguém pode deixar o seu emprego e viver à custa desse apoio…Não é com apoios financeiros e outros incentivos para os lares, que se resolve o problema dos velhos. É com disponibilização de afectos…


Os 90 anos

Gabriel Garcia Márquez, também conhecido por Gabo, nasceu em 6 de Março de 1928, na cidade de Aracataca, Colômbia, filho de Gabriel Eligio Garcia e de Luísa Santiaga Márquez.
Chegar a uma idade avançada sem se aperceber, e depois lembrar que na juventude o ensinaram a ser muito obediente e uma pessoa higiénica, mas com muita pobreza porque repartia o sabão com o seu animal de casa. Na sua juventude não preparam as pessoas para a velhice, a idade em que os piolhos fogem dos cabelos de tanta velhice e cheiro a secura da pele.
As pessoas começam a sentir-se velhas quando aparecem as primeiras dores no corpo. Tinha 42 anos quando sentia uma dor de costas que até custava a respirar, mas que até é normal nessa idade.
Sabemos que a juventude não é eterna, e custa acreditar só quando ficamos parecidos com o nosso pai é que nos sentimos verdadeiramente velhos.
Com a idade aparece outras dores, outros sintomas, isso varia mesmo com os anos a passar no corpo e também podem ser mazelas do estilo de vida que temos quando somos novos.
Quando se chega aos cinquenta anos, a falta de memória, esquecer do que se comeu no mesmo dia ou ter que separar as peúgas para que não sejam de cores diferentes, pois a velhice já começa a minar os nervos e a memória. Isso são sinais fortes de que estamos a ser traídos pelo cansaço da idade.
Nos nossos dias já se investe numa boa qualidade de vida, e em bons livros ou programas que podemos ver na TV, o que antigamente não seria fácil. Contudo a maneira de pensar antigamente nas classes pobres era a sobrevivência e assim não ligavam as horas de descanso porque precisavam de ter rendimentos para poder viver sem ter falta de comida e produtos de primeira necessidade.
Podemos atingir muita idade nos nossos dias se tivermos uma vida regrada, e saudável, e sempre a investir em conhecimentos saudáveis e praticar desportos para a boa formação da postura. Quando sentirmos os primeiros sintomas, devemos recorrer ao médico que depois nos irá dar bons conselhos para atenuar essas mesmas dores, e podemos na verdade chegar a uma idade avançada e gozar a reforma merecida para qualquer pessoa que trabalhou em toda a sua vida.
Desfrutar de encontros com pessoas que procuram os mesmos divertimentos em excursões e festas, leva-nos a ter uma velhice feliz.

Fábula
Consagrado escritor português, José Saramago nasceu a 16 de Novembro de 1922, em Azinhaga, no concelho da Golegã.
Ficcionista, cronista, poeta, autor dramático, coube-lhe a honra de ser o primeiro autor português distinguido com o Prémio Nobel da Literatura, em 1998.
Esta fábula conta-nos o que ainda acontece nas famílias, onde os pais cuidam dos filhos até serem adultos, e que depois repete-se o inverso, as crianças cuidarem dos avôs ou os mesmo pais.

A tradição da época e o forte ensino de moral regido pela igreja que era muito sobre a vida da família, que ensinava a ser sempre a família a cuidar dos membros ou agregados até aos últimos dias.
Normalmente quando se chega à idade de ficarmos trémulos e não conseguirmos conter as vontades do organismo, nós sentimos que só damos trabalho e não estamos a beneficiar em nada a nossa existência na família.
Os adultos ou seja os filhos que também já são pais, não têm paciência para estarem sempre a limpar e mudar a roupa do velho cada vez que toma uma refeição. O neto apreciava a dificuldade que tinha a comer e o que entornava por causa de tremer muito, e via os pais, a forma indiferente como lidavam com a situação. Então ele começou a fazer com um pedaço de madeira uma coisa que mais seria um brinquedo , e afinal era uma tigela com um formato especial em que não iria deixar entornar a comida. Essa criança tinha um bom coração que até os pais achavam estranho como ele podia ter aquela ideia.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Aparências e Realidades


Todo o fenómeno tem, relativamente ao nosso entendimento e à sua potência de descriminar, uma realidade - quero dizer certos caracteres, ou exprimir uma imagem e certos contornos que o limitam, o definem, lhe dão feição própria no esparso e universal conjunto, e constituem o seu exacto, real e único modo de ser. Somente o erro, a ignorância, os preconceitos, a tradição, a rotina e sobretudo a ilusão, formam em torno de cada fenómeno uma névoa que esbate e deforma os seus contornos, e impede que a visão intelectual o divida no seu exacto, real, e único modo de ser. É justamente o que sucede aos monumentos de Londres mergulhados no nevoeiro... (...) Nas manhãs de nevoeiro numa rua de Londres, há dificuldade em distinguir se a sombra densa que ao longe se empasta é a estátua de um herói ou o fragmento de um tapume. Uma pardacenta ilusão submerge toda a cidade - e com espanto se encontra numa taverna, quem julgara penetrar num templo. Ora para a maioria dos espíritos uma névoa igual flutua sobre as realidades da Vida e do Mundo. Daí vem que quase todos os seus passos são transvios, quase todos os seus juízos são enganos; e estes constantemente estão trocando o templo e a taverna. Raras são as visões intelectuais bastante agudas e poderosas para romper através da neblina e surpreender as linhas exactas, o verdadeiro contorno da realidade.

Eça de Queirós, in 'A Correspondência de Fradique Mendes'

quinta-feira, 13 de maio de 2010

15 de Maio, dia da Cidade



Os “Deolinda” vão actuar no concerto das Festas da Cidade das Caldas da Rainha, a 14 de Maio.
A banda, que lançou recentemente o seu segundo registo, foi a escolha da Autarquia para actuar no habitual concerto nocturno, a 14 de Maio, por ser uma das mais relevantes e interessantes contribuições da cena musical da actualidade.
Há poucos dias a conceituada publicação britânica “Songlines” distinguiu a banda portuguesa com o Prémio “Grupo Revelação”.
Para assinalar o feriado municipal, a 15 de Maio, estão previstas várias cerimónias oficiais mas as iniciativas que integram o programa das comemorações estendem-se ao longo de todo o Mês de Maio.
Neste dia destacamos a cerimónia alusiva à recuperação do emblemático Hotel Lisbonense, pelas 17h30.
Para celebrar o segundo aniversário do CCC, todos os espectáculos em Maio têm descontos, desde que adquiridos até dois dias antes da data marcada.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Acordo Ortográfico


ACORDO A PENSAR NO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO!
O Novo Acordo Ortográfico aprovado em 1990 e publicado no D.R. em 1991 não parece apaixonar a causa da cultura e do ensino da língua portuguesa! Já teve dois protocolos modificados em 2000 e 2004 e continua em banho maria. Parece que é para 2010! Mas será?
Aprovado pela Academia de Ciências de Lisboa, Academia Brasileira de Letras e pelos países de língua portuguesa, Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e S. Tomé e Príncipe, pode entrar em vigor desde que 3 países o ratifiquem.
Novas regras de escrita e linguagem e diferentes formas de pronunciar algumas palavras, são exemplos do que se pretende com a uniformização da ortografia.
Sou leigo na matéria, mas sou português, amante da língua de Camões e como milhões de tantos outros penso que a adaptação às novas regras e formas de escrita, torná-la uniforme, compreender e ler como estabelece o Novo Acordo Ortográfico não será tarefa fácil.
Julgo mesmo que na próxima década tudo continuará na mesma, ou talvez não? O maior desafio que os puritanos da língua portuguesa terão pela frente será em primeiro lugar alfabetizar a nossa população e conseguir que as crianças e os jovens entendam o que é isto de lerem livros de português com duas ortografias…
Não seria melhor Portugal fazer um acordo ortográfico com a Galiza onde, segundo reza a história, a língua portuguesa deu os primeiros passos?
“Isto de passar a ler um texto com as alterações do novo acordo vai ter a sua piada! O objetivo que se pretende alcançar é a unificação da ortografia da língua portuguesa, em nova edição, revista e aumentada. Será um processo lento, um projeto arrojado, mas talvez para as novas gerações o percurso de aprendizagem seja mais reto. Excetuando a pronúncia de algumas palavras e a forma como alteram o sentido do texto é admissível que o trajeto de adaptação ainda seja longo mas as expetativas são grandes.
Indo direto ao assunto a tática é esperar pelo novo acordo ortográfico!”

Então, gostaram desta pequena amostra? É giro não é?
Depois digam alguma coisinha !!!

domingo, 9 de maio de 2010

NeoPlanet

sábado, 8 de maio de 2010

Como uma onda do Mar


Esportes


Recados atualizados para você enviar no Orkut!


Esportes


Recados atualizados para você enviar no Orkut!


As ondas são como a vida. Vão e vêm, calmas ou violentas. Rebentam na areia, que, no fundo, não é mais do que o nosso próprio mundo, sempre à espera de um abanão...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

RTP - O AMOR É (FIM DE SEMANA)

RTP - O AMOR É (FIM DE SEMANA)

Ida ao Teatro


Ida ao teatro é obrigatório e aconteceu na Sexta-Feira 7 de Maio de 2010 bem no centro da cidade.
Os alunos no Curso Nocturno dos EFA da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, estiveram a assistir e foi bastante inetressante. A brincadeira desta associação prende-se com o modo como os potenciais espectadores, protagonistas de a Ida ao Teatro, um casal com jeito para tudo complicar, se prepara desastradamente para ir ao teatro - essa coisa "chique" para a pequena-burguesia desse tempo, o tal teatro que é objecto de uma humorada reflexão crítica no célebre Teatro obrigatório, texto fundador de uma ideia de política teatral, já que nele se desenvolve a necessidade didáctica do teatro como obrigação tal como acontece com a escola. Se a escola não fosse obrigatória ninguém iria à escola, diz-se na peça.
A estratégia de raciocínio silogístico e literal faz de Valentim o pai de um absurdo burlesco que tem mais de anarquista e vital que de existencialista, causal e aleatório, como é mais próprio de certas escolas do absurdo. Valentim, o seu burlesco anarquista é, na realidade, vitalista.
Nestas duas pequenas peças e num ambiente de "cabaret" o Teatro da Rainha pretende encontrar formas alternativas de fruição do teatro na cidade, procurando uma relação mais próxima e imediata, mais informal, com os cidadãos e a cidade.

sábado, 1 de maio de 2010

Que sorte hoje é dia do trabalhador!!!!!!!!!

1º de Maio – Dia Mundial do Trabalho


“A história do Primeiro de Maio mostra, que se trata de um dia de luto e de luta, mas não só pela redução da jornada de trabalho, como também pela conquista de todas as outras reivindicações de quem produz a riqueza da sociedade.”
O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889, por um Congresso Socialista realizado em Paris. A data foi escolhida em homenagem à greve geral, que aconteceu em 1º de maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época.

Milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Naquele dia, manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade. Mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.

Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o dia 1º de maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalho.