Podemos repensar as nossas atitudes, o nosso estilo de vida, reduzir a nossa pegada ecológica através de uma redução no consumo: consumindo menos energia, menos água, menos "coisas", optando sempre que possível por reutilizar e reciclar, escolhendo uma alimentação com menos carne, utilizando meios de locomoção menos poluentes, preferindo os transportes públicos aos particulares, partilhando. Escolhendo casas, carros e electrodomésticos energeticamente e ambientalmente mais eficientes. Instalando sistemas de energias renováveis, melhorando o isolamento e ventilação natural dos edifícios, não sobreaquecendo as nossas casas, evitando fugas e desperdícios de água. Podemos agir em casa, na rua, podemos reciclar e podemos intervir.
Para além destas e muitas outras acções, que traduzem uma mudança de atitude e uma mudança no estilo de vida, esta é a altura de nos manifestarmos publicamente como forma de pressionar os líderes mundiais a aprovarem um futuro tratado de Copenhaga justo, ambicioso e vinculativo.
A hora de mudar o nosso estilo de vida para um modo mais sustentável foi ontem é hoje e será amanhã. O mundo ocidental tem de mudar, tem de desacelerar o seu consumo, para que o planeta chegue para todos, para que os povos mais pobres possam ter direito a melhorar a sua qualidade de vida.
sábado, 26 de junho de 2010
Somos todos inocentes. Somos todos culpados.
"Se não forem eles, que sejamos nós a fazer a diferença"
Evitem, reduzam ou acabem de vez com a utilização dos sacos plástico. O nosso planeta e a sua vida selvagem merecem. E para nós humanos, quer mereçamos quer não, só poderá ser benéfico.
Introduzidos nos anos 70, os sacos de plásticos depressa se tornaram muito populares, especialmente através da sua distribuição gratuita nos supermercados e outras lojas. São também uma das formas mais comuns de acondicionamento dos resíduos domésticos e, através da sua decoração com os símbolos das marcas, constituem uma forma barata de publicidade para as lojas que os distribuem.
Os sacos de plástico não são formas de transporte inócuas para o ambiente pelo elevado número de sacos produzidos e a natureza não biodegradável do plástico com que são produzidos. Além disso, a produção do polietileno faz-se a partir de combustíveis fósseis e acarreta a emissão de gases poluentes.
Calcula-se que cerca de 90% dos sacos de plástico acabam a sua vida em lixeiras/aterros, ou como resíduos ou como contentores de resíduos.
Em Portugal a Quercus concluiu que dos supermercados que distribuem gratuitamente os sacos plásticos, 95% dos clientes saíam a carregar sacos novos e apenas cinco por cento traziam reutilizáveis. Já entre os clientes de supermercados que cobram pelos sacos, a proporção é de 51% e 49%, respectivamente.
LEVA O TEU SACO REUTILIZÁVEL ÀS COMPRAS….VAIS SENTIR-TE MELHOR!
Evitem, reduzam ou acabem de vez com a utilização dos sacos plástico. O nosso planeta e a sua vida selvagem merecem. E para nós humanos, quer mereçamos quer não, só poderá ser benéfico.
Introduzidos nos anos 70, os sacos de plásticos depressa se tornaram muito populares, especialmente através da sua distribuição gratuita nos supermercados e outras lojas. São também uma das formas mais comuns de acondicionamento dos resíduos domésticos e, através da sua decoração com os símbolos das marcas, constituem uma forma barata de publicidade para as lojas que os distribuem.
Os sacos de plástico não são formas de transporte inócuas para o ambiente pelo elevado número de sacos produzidos e a natureza não biodegradável do plástico com que são produzidos. Além disso, a produção do polietileno faz-se a partir de combustíveis fósseis e acarreta a emissão de gases poluentes.
Calcula-se que cerca de 90% dos sacos de plástico acabam a sua vida em lixeiras/aterros, ou como resíduos ou como contentores de resíduos.
Em Portugal a Quercus concluiu que dos supermercados que distribuem gratuitamente os sacos plásticos, 95% dos clientes saíam a carregar sacos novos e apenas cinco por cento traziam reutilizáveis. Já entre os clientes de supermercados que cobram pelos sacos, a proporção é de 51% e 49%, respectivamente.
LEVA O TEU SACO REUTILIZÁVEL ÀS COMPRAS….VAIS SENTIR-TE MELHOR!
terça-feira, 22 de junho de 2010
As minhas novas mãos
No passado dia 14 de Junho de 2010, os alunos do curso nocturno dos EFA – A1, da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro fizeram mais uma visita, desta vez a uma Escola de Formação de Estética e Beleza, onde se preparam os futuros profissionais interessados nessas áreas.
A entidade formadora ALTIUS – Centro de Formação Profissional foi constituída em Julho de 1997. A sua sociedade é formada por elementos ligados à formação profissional desde 1993, na área da Estética Cosmética e Fisioterapia, adquirindo o know how que deu origem ao Altius
Tivemos algumas demonstrações de beleza com os alunos dos EFA, que se prontificaram, a fazer depilação e massagens, assim como arranjar as unhas.
Também ficámos a saber que a apresentação, o bom aspecto e o cuidar-se são muito importantes nos dias de hoje.
As Mãos, Manuel Alegre
Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas, mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor, cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
As mãos são, sem dúvida, muito importantes nas nossas tarefas diárias e em tudo o mais. Que gostas de fazer com as tuas mãos? Tens algum talento especial?
http://www.altius.pt/index.html
A entidade formadora ALTIUS – Centro de Formação Profissional foi constituída em Julho de 1997. A sua sociedade é formada por elementos ligados à formação profissional desde 1993, na área da Estética Cosmética e Fisioterapia, adquirindo o know how que deu origem ao Altius
Tivemos algumas demonstrações de beleza com os alunos dos EFA, que se prontificaram, a fazer depilação e massagens, assim como arranjar as unhas.
Também ficámos a saber que a apresentação, o bom aspecto e o cuidar-se são muito importantes nos dias de hoje.
As Mãos, Manuel Alegre
Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas, mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor, cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
As mãos são, sem dúvida, muito importantes nas nossas tarefas diárias e em tudo o mais. Que gostas de fazer com as tuas mãos? Tens algum talento especial?
http://www.altius.pt/index.html
terça-feira, 15 de junho de 2010
Ser Velhinho
Neste trabalho vou falar sobre o excerto dos textos publicados por alguns escritores em que abordam o tema “ser idoso”.
Também vou falar de mim a pensar quando eu for velhinho.
Algumas das fábulas são provas de realidade.
José Carlos Pereira Ary dos Santos nasceu em Lisboa, São Sebastião da Pedreira em 7 em Dezembro de 1936 e faleceu a 18 de Janeiro de 1984 foi um poeta e declamador português
Balada para uma velhinha
Uma pessoa nunca é velha mesmo mediante a idade que tenha, “velhos são os trapos”. Algumas pessoas a partir dos seus 50/60 anos de idade pela perda de memória, a falta de mobilidade e flexibilidade e o seu desgaste muscular e mental que as torna muitas vezes limitadas na sua vida normal, enquanto outras pessoas com 80/90 anos de idade são ainda muito activas na sua vida pessoal e mesmo na sociedade.
Eu, aos 55 anos, estou a realizar um sonho de voltar a ser estudante e com projectos para o futuro, mesmo quando for velhinho, sentado no sofá ou no banco de jardim como aquela velhinha de rosto sem frescura e de canseiras de rugas onde o tempo não facilitou a sua vida, assim nos fala o texto de José Carlos Ary dos Santos “Balada para uma Velhinha”.
Agora essa velhinha sozinha no banco de jardim, como deve ser triste neste mundo ser velhinha. Essa velhinha podia ser a minha mãe, mas ela não chegou a ser velhinha, faleceu nova.
Pedro Paixão, escritor português, nascido em Campo de Ourique, Lisboa, no dia 7 de Fevereiro de 1956. Doutorado em Filosofia. Foi professor dessa disciplina na Universidade Nova de Lisboa
A minha mãe demente
Um texto do livro de Pedro Paixão, O Mundo é tudo o que Acontece em que fala de uma pessoa como sendo a sua mãe, recordando-a como pessoa inteligente mas que por algum motivo perdeu qualquer coisa de muito importante da sua vida (a memória), esquecendo todo o sentido de vida o que a torna uma pessoa sem rumo e orientação própria talvez alguma doença como por exemplo: o Alzheimer que deixa uma pessoa fisicamente viva mas mentalmente sem vida esquecendo tudo o que a rodeia.
valter hugo mãe é o nome artístico do escritor Valter Hugo Mãe; nasceu em Saurimo, Angola no dia 25 de Setembro de 1971. Além de escritor é editor, artista plástico, cantor e DJ português.
Valter Hugo
Um escritor que fala da morte de uma pessoa, em que o seu cônjuge tem de ir viver para um lar.
Nesses lares da terceira idade, os velhinhos onde lhes é dado apoio moral e carinho também se tornam um encargo financeiro não acessível a muitas bolsas dos familiares e recorre-se a casas mais baratas e ilegais onde os nossos idosos podem viver em más condições higiénicas e não adequadas à sua vida, mesmo chegando ao ponto de serem maltratados até fisicamente.
Quantos deles choram e lembram a falta dos seus familiares, embora tenham os colegas de sala ou quarto para convívio enquanto vão esperando que a morte os separe.
Como deve ser triste ser velhinho! E muitas vezes não puderem ser atendidos os seus pedidos ou desejos
Muitos destes idosos são encaminhados para lares de 3ª idade, Misericórdias ou Instituições que os acolhem ou lhes prestam serviços ao domicílio.
Enquanto outros nada têm e vivem isolados ou abandonados pelos seus familiares que se encontram em países estrangeiros ou mesmo na sua terra natal e ainda não pensaram que um dia ainda podem ser velhinhos e precisam de apoio e carinho.
Nalgumas aldeias ainda é possível e tradicional que os pais andem mensalmente em casa dos filhos porque os filhos são pessoas disponíveis, querem e podem cuidar deles até aos seus últimos dias de vida, enquanto que outros gostariam de o fazer mas não o podem devido à sua vida profissional e não têm tempo para os acarinhar, nem lhes dar apoio.
Uma pessoa idosa muitas vezes é difícil de compreender pela revolta de si própria, ou por falta de noção da vida exterior o que os torna impacientes.
Mas hoje com os apoios do Estado, Misericórdias e Instituições alguns dos nossos idosos estão a ser acompanhados e os seus dias de vida vão-se alongando por mais alguns anos, ou seja, a esperança média de vida está a aumentar.
Para mim foi interessante ler este texto porque me fez pensar e cair na realidade de tudo aquilo que estava a ser dito e pela maneira como o escritor o tinha escrito pela sua ortografia sem utilizar as letras maiúsculas após os parágrafos e os pontos finais.
Gabriel García Márquez nasceu em Aracataca no dia 6 de Março de 1927 é um escritor, jornalista, editor e activista político colombiano.
Aos 90 anos
Eu também gostaria de acordar aos 90 anos não às 5 da manhã, mas às 7 ou 8 sem compromisso de escrever ou assinar crónicas mas com o sentido de estar vivo e lúcido para pensar um pouco naquilo que foi o meu passado.
Quando somos jovens ouvimos os nossos pais desabafarem as suas mágoas e não acreditamos muito nessa realidade.
Depois, com os anos a passarem por nós, vamo-nos identificando com os nossos pais pelas dores corporais, faltas de memória, algumas alterações fora do hábito normal, alguns comportamentos também diferentes daqueles que eram aplicados por nós em décadas anteriores.
José de Sousa Saramago nasceu em Azinhaga no dia 16 de Novembro de 1922 e é um escritor, roteirista, jornalista, dramaturgo e poeta português.
José Saramago
Esta fábula conta-nos a lição de moral dada por uma criança de oito anos ao seu pai em relação ao comportamento que ele estava a ter com o pai pelo feio tratamento que estava a dar ao avô da criança, sendo obrigado a almoçar, jantar e cear sozinho sentado na soleira da porta para não sujar a casa devido à falta de mobilidade e alguma flexibilidade o que fazia com que ele deixasse cair a comida para o chão enquanto tentava levá-la à boca.
A criança ia observando este acontecimento com alguma atenção e um dia, para surpresa de seu pai, viu-o a trabalhar um bocado de madeira pensando que era um brinquedo mas na realidade era uma coisa mais importante.
Após a pergunta feita pelo pai, “o que estás a fazer?” o filho responde “estou a fazer uma tigela para quando o pai for velho e lhe tremerem as mãos e ser obrigado a ir comer para a soleira da porta como fizeram ao avô”.
Após esta explicação dada pela criança o pai viu a verdade e foi pedir desculpa e perdão ao seu pai e a partir daí passou a ajudá-lo a sentar-se na cadeira, por suas próprias mãos lhe levava a comida à boca porque ainda o podia fazer e o seu querido pai já não.
Por isso não desejes para os outros aquilo que não queiras que te aconteça.
Esta fábula faz lembrar outro acontecimento da existência de hábitos aplicados aos velhotes:
Fala a lenda que numa determinada localidade quando se atingia uma idade de velhote os filhos preparava um grande farnel e uma manta; levavam os seus pais para o bosque e lá os abandonavam para serem comidos pelas feras e sobreviverem enquanto a comida durasse. Ao abandoná-los os filhos voltavam para junto da família nessa localidade.
Certo dia, um filho ao ir levar o seu pai para esse destino, quando chegaram e ao fazer as despedidas, o filho foi surpreendido pelo pai ao vê-lo rasgar a manta a meio e dirigir-se ao filho entregando-lhe uma metade dessa manta dizendo-lhe ”guarda-a que é para ti”.
O filho após esta afirmação ficou pensativo.
Depois viu a verdade, pediu desculpa ao seu pai e trouxe-o de volta para a sua localidade de onde tinha partido, e graças a esse exemplo, nunca mais se repetiu essa história.
A Velhice
É um facto que os idosos que hoje em dia moram sozinhos ou se encontram em casa dos filhos passam muitas horas sem companhia, especialmente os que se encontram acamados. Os que ainda se conseguem mexer vão dando os seus pequenos passeios, se prestarmos um pouco de atenção encontramo-los frequentemente a jogar às cartas no parque.
Após ter visto na televisão um documentário sobre o tema da terceira idade, e este me ter despertado alguma curiosidade, porque a minha avó estava a atravessar essa fase, decidi elaborar uma pequena pesquisa, através da qual descobri textos e um fado, que demonstram esta etapa da vida, em diversas vertentes relacionadas mais concretamente com a solidão, a tristeza dos idosos quando são colocados no lar, os primeiros sinais da chamada “velhice” e também as atitudes negativas que os mais jovens têm para com os idosos. Com é o caso da Balada para uma velhinha composta por José Carlos Ary dos Santos, que evidencia um pouco da solidão que os idosos passam. Esta é agravada muitas vezes com a falta de compreensão dos parentes mais próximos que os internam nos lares demasiadas vezes por não terem condições para lhes prestar melhores cuidados é motivo de tristeza para muitos avós.
O texto A minha mãe demente do autor Pedro Paixão, retirado do livro O Mundo é Tudo o que Acontece, refere o início de alguns sintomas que podemos associar à terceira idade; já com o excerto do livro Memórias das Minhas Putas Tristes tive a noção de como nos vamos apercebendo dos sintomas da velhice; o excerto do livro a máquina de fazer espanhóis demonstra um pouco do que sentem os idosos quando são internados no lar para a terceira idade. Com a leitura da fábula de Intermitências da Morte do autor José Saramago apercebi-me que por vezes não temos a melhor atitude para com os nossos avós.
Com a leitura dos textos pude notar que, à medida que a idade vai avançando começam a aparecer os primeiros sinais de demência, o esquecimento do próprio nome e leva muitas vezes o idoso a perder-se, como é demonstrado no texto a minha “mãe demente” de Pedro Paixão.
Esse facto leva muitas vezes os familiares desses doentes a perderem a paciência relegando frequentemente os seus cuidados a enfermeiros ou para lares muitas vezes sem que estes idosos queiram lá ficar. Esta é uma atitude que muitos idosos vêem com revolta. No entanto não é só por doença que muitos idosos são colocados em lares como demonstra o texto de Valter Hugo Mãe no livro A máquina de fazer espanhóis em que após morte da sua mulher, Laura interna o pai no lar para grande tristeza deste.
À medida que a idade vai avançando, os id osos já não conseguem comer sozinhos, porque quando as suas mãos começam a ficar trémulas e ao comer, por exemplo, sujam a toalha, ou deixam cair talheres, na maior parte das vezes os mais novos não têm tanta paciência como deveriam ter. Esse facto é demonstrado na fábula do autor José Saramago em que o avô já nem consegue comer sozinho e o seu filho chega ao ponto de o pôr o comer na soleira da porta para que não suje a mesa, e onde acaba por ser o neto a elaborar uma artimanha para chamar a atenção do seu pai ao demonstrar que será esse mesmo tipo de tratamento que ele no futuro receberá, sendo esse comportamento errado, como o filho do idoso vai acabar por reconhecer.
Todavia quando somos mais novos, e começam a aparecer os primeiros sintomas, “uma dor nas costas que incomoda a respirar” e os médicos não dão importância dizendo que “é uma dor natural da sua idade”. Em que nos habituamos a acordar em cada dia com uma dor diferente que vai mudando de forma à medida que os anos passam. No fundo são vários os sintomas que à medida que os anos passam se vão impondo, e que por cada ano que passa se acentuam até que por fim deixam de ser capazes de realizar as mais simples tarefas sem ajuda, mesmo a sua alimentação tal como demonstra o livro Memorias das Minhas Putas tristes do autor Marquez, Gabriel Garcia.
Na minha maneira de ver, a terceira idade é uma etapa a que talvez todos nós chegaremos, no entanto muitas vezes os idosos são desrespeitados pelos mais novos que acabam, na maior parte das vezes, por gritar quando estes fazem algo errado, ou simplesmente não conseguem segurar um copo e acabam por entorná-lo porque as suas mãos já não são tão fortes como quando eram jovens. Esquecemos frequentemente o ditado popular “Filho és pai serás, assim como fizeres, acharás”, no entanto quando formos idosos é certo que não queremos ser tratados com a aspereza e indiferença com que tratamos muitas vezes os mais velhos. Se perdêssemos tempo para os ouvir poderíamos aperceber-nos que eles nos podem ensinar sempre coisas úteis.
O meu quarto
O meu quartito, o meu refúgio, com a cama ao pé da janela e cortinados com ursinhos e balões desenhados; a mesa-de-cabeceira com um candeeiro em forma de flor, e ao centro um sofá com peluches; na parede um palhaço de trapos pendurado com cara alegre e cabelos ruivos, onde o roupeiro é ao pé da porta, lembro-me que lá para além da roupa muitas vezes guardava guloseimas como se fossem um tesouro. Naquele quarto onde cresci, onde tantas vezes a minha mãe me contava histórias para adormecer, onde algumas vezes fiquei de castigo quando fazia alguma travessura. Nesse sítio tão especial e privado para mim, onde quando estava triste me escondia do mundo.
Onde costumava brincar com a minha irmã e tantas vezes fiz os meus trabalhos de casa, local que muitas memórias minhas guarda, onde sempre me senti protegida, esse local que presenciou os meus momentos tristes e felizes, que tantas memorias me traz. O meu esconderijo, local onde muitas vezes descanso, protegida do mundo.
Será este o meu quarto?
quarta-feira, 9 de junho de 2010
A Terceira Idade
A Velhice
Não consigo imaginar-me sendo uma velhinha com 80 anos, porque significava que teria que fazer o dobro da minha idade e ainda falta muitos anos para decorrer esse caminho tão grande. Devido também à sociedade em que estamos inseridos com muito stress, e diversos factores no nosso quotidiano que cada vez mais tiram a qualidade de vida a muitas pessoas cada vez mais cedo.
Eu sei que não deveria ter uma atitude negativa sobre a minha longevidade, porque sou uma pessoa católica e penso que a chegada da nossa hora da morte está nas mãos de Deus.
Sinto-me muito sensibilizada com o que tem acontecido à minha geração em relação ao aparecimento constante da doença do cancro, que tem aparecido a muitas pessoas com diversas idades e a partir dos quarenta anos. Também este factor faz-nos pensar que ninguém está livre desta situação, em qualquer idade e que seria hipócrita e devido ao aparecimento de certas doenças próprias da velhice que ia chegar aos oitenta e tal anos.
Outro factor que me preocupa muito na minha actual idade e que leva a ter este lado oposto de vir a ser velhinha e como iria ser, tem a ver com o constante cansaço de cada vez mais trabalho e poucos colegas de trabalho. Com isto estou a referir-me no meu desgaste físico e mental a curto prazo.
Estes textos sobre a velhice que eu escolhi são, para mim, muito interessantes porque é com grande admiração e respeito que gosto de apreciar, e conviver com pessoas da terceira idade. São pessoas muito encantadoras a contarem mais ou menos o passado da vida delas, e terem uma certa qualidade de vida e alguma autonomia.
Neste texto d´ A Balada para uma velhinha, acompanhada de uma música de Martinho d’ Assunção cantada em fado é comentada a grande admiração e valorização da existência de uma velhinha. Encontrando-se esta velhinha sozinha, e sentada à sombrinha num banco de jardim com um rosto com algum ar de frescura. Sendo um pouco triste vê-la metida na solidão vista por alguém, que vai idealizando o seu passado e as dificuldades ultrapassadas na sua vida de pobreza. Apesar de ela estar a passar a fase da velhice, que se torna por um lado num grande desgaste físico e mental de tantos anos de rigidez nos ossos e na alma, é valorizada por alguém que relembra a sua mãe que já morreu.
No texto A minha mãe demente, é abordada a situação entre a relação existente entre filho e mãe no passado e no presente. Em que o filho assiste aos vários problemas de saúde mental da mãe relacionados com o avançar da velhice. Retrata a história de um filho e a relação existente com a mãe, e que relembra a inteligência dela, e o apoio que lhe dera no passado, nos ensinamentos de mãe para filho, e que presentemente o seu filho estava um Homem, a mãe estava envelhecida e com a memória muito esquecida. Os seus gestos e os actos praticados por ela ao ensinar matemática. E este agora era um assunto pertencente ao passado por oposição à memória muito esquecida que muito afecta as pessoas que caminham para a velhice.
Para este filho, tornam-se dias difíceis ao ver a sua mãe durante a noite a andar pela casa, sem razão de ser e desorientada sem saber qual a tarefa que ficou por fazer. E ele nota que “ desconhece “ a mãe que ainda existe no presente e a que teve no passado.
Também ele pensou por instantes na piedade que sentia e sofria com todas estas situações e atitudes da mãe.
Tudo isto contribuía e tinha para o seu filho um significado de uma enorme saudade dos tempos passados, e na aceitação de como a vida na velhice de sua mãe estava a decorrer mal. Este filho deparava-se com a desorganização mental de sua mãe, devido à sua doença que o fazia pensar e reflectir sobre a existência na relação impiedosa, e o que seria melhor, se a vida ou na morte.
No texto a máquina de fazer espanhóis foi despejado, num lar, um velhote e levado pela sua filha que se chamava Elisa, que o instalou para ali morar. E tudo isto porque lhe tinha falecido a sua mulher, Laura, com quem o seu pai teria vivido durante algum tempo e teria sido também a sua companhia diária.
Este velhote sentia-se inconformado com todas as situações existentes no lar na ocupação dos quartos devido ainda a ser uma pessoa lúcida e ainda andar pelos seus próprios meios. Ele teria pensado que no seu quarto virado para um jardim que apesar das grades na janela, poderia sentir-se melhor ao apreciar as crianças a brincarem e as pessoas a circularem por lá. Apesar deste velhote não se sentir conformado, ao olhar para os sacos da sua roupa, que era naquele lar que iria viver presentemente. Mas a ele despertou-lhe a atenção lá existir outros velhotes com pior situação que a dele em serem pessoas já acamadas e que tinham as janelas viradas para o cemitério.
Entretanto a sua filha despediu-se do seu pai com um beijo na sua face, após ele já ficar mentalizado de ali ficar a morar por ter pendurado alguma roupa no armário do seu novo quarto do lar, com muita tristeza.
Ao vê-la ir-se embora para ir ter com o marido e os seus netos sentiu-se um velhote abandonado e com vontade de sentir ódio pela atitude da sua filha. Mas este velhote não consegue sentir esse sentimento, que pensou por momentos, pelo amor que sente pela sua filha e família.
Ele tenta ambientar-se com as paredes brancas do lar, apesar de ver que a sua família vi-as fora dali com paredes de muitas cores. Isto tinha um grande significado para este velhote que a vida da sua filha era muito alegre e cheia de felicidade com a restante família.
No texto que é comentado, No dia dos meus noventa anos, este velhote levanta-se às cinco da manhã como habitualmente à sexta-feira, para escrever mais uma das suas crónicas publicadas aos domingos em El Diário de La Paz. Ele começa por falar que ainda ele era muito pequeno, e tinha apanhado piolhos que apareciam na almofada e voavam pela sua cabeça.
E para ele ir à escola teve que rapar o cabelo pois só tinha sabão para lavar a cabeça que não matava os piolhos.
Este velhote sentia que a crónica que estava a escrever sobre os seus noventa anos deveria ser expressada como forma de glória por ter alcançado aquela idade e viver a velhice.
Ele, aos seus quarenta e dois anos, começou a notar certas dores nas costas e, ao ir ao médico, e notou que ele não deu grande importância à sua situação. Apesar de ele ter achado que era já da velhice, o seu médico sorriu-lhe com um ar de que ele apenas estava a proceder como um filósofo por ter pensado e dito aqueles que sintomas já eram do começo da “velhice”. E o seu médico expressou-se bem por saber muito bem que aquela dor era natural naquela idade ainda tenra. A velhice ainda vinha longe, e a prova disso foi quando este velhote passados mais alguns anos começou a ver mal.
E na quinta década é que este escritor já velhote começou a ter as primeiras falhas de memória ao procurar os óculos por toda a parte da casa. E depois esta situação começou a repetir-se noutras circunstâncias no dia a dia, da vida da sua velhice de reconhecer os nomes das pessoas e não saber distinguir dos rostos das fotografias.
Sendo assim ele lamenta esta grande falta de memória que lhe tinha trazido estes dissabores apesar de ter que sentir uma glória em ter alcançado noventa anos que tem a noção de ter bastante idade da sua existência da vida.
O texto da fábula tradicional dá uma lição de moral em relação a aprender a lidar com os velhotes dada por uma criança de oito anos, que tem um bom coração. Por mais idade que as pessoas tenham, há sempre muito a aprender. Era uma vez uma família, um pai, uma mãe, um avô que era o pai do pai e o filho de oito anos. O seu avô já tinha muita idade e tremia muito das mãos, e o seu filho e a nora começaram a ficar aborrecidos com a maneira de o idoso comer, tremia por todo o lado, as suas mãos velhinhas já não conseguiam segurar os talheres e levar a comida à boca, por essa razão entornava tudo no chão e sujava as toalhas todas, o que causava ainda mais aborrecimento ao seu filho e nora.
O filho, irritado, arranjou uma tigela de madeira e bruscamente disse ao pobre pai que a partir deste momento ia começar a comer sentado na soleira da porta da rua porque era mais fácil de limpar.
O netinho com o coração repleto de amor e carinho pelo avô, e vendo estas injustiças praticadas frente aos seus olhos, começou a talhar com um canivete uma tigela em madeira. O pai perguntou-lhe o que ele estava a fazer, quando de repente o filho sem tirar os olhos do que estava a fazer respondeu ao seu pai, «estou a fazer uma tigela de madeira para quando fores velhinho, para quando não conseguires levar a colher à boca e entornares tudo no chão.»
O pai ouvindo uma resposta destas e sensibilizado com a reacção do filho e também, com o exemplo que estava a dar ao seu próprio filho mudou de imediato de atitude para com o seu pai, dando-lhe de comer todos os dias.
As pessoas gostam de um toque humano, segurar na mão, receber um abraço afectuoso, ou simplesmente um toque amigável nas costas. Principalmente um idoso que precisa tanto de carinho e amor ao ver-se envelhecido por dentro e pelo seu aspecto exterior. Ele sentia-se pelos maus modos de ser tratado pelo seu filho, que o ignorava e desprezava.
O fluxo da vida torna-se suave e constante, rico em alegria, amor e entusiasmo, quando nos permitimos sentir bem pelo que desejamos no nosso interior, e pelas pessoas com quem convivemos. Qualquer desejo que um velhote queira realizar com a nossa ajuda deveríamos colaborar com ele para o fazer feliz com a vida. O que acontece, na maioria das vezes, é que deixamos de imediato, entrar as frases de travão ao nosso desejo e assim deixamos de fazer um gesto ou palavras de ternura e carinho para com o outro, mas todos nós temos estes momentos infelizes. É próprio do ser humano que falta muito para chegar à perfeição. Retomar o fluxo de harmonia pode muitas vezes não ser fácil, mas podemos tornar esse processo cada vez mais simples.
Neste caso foi preciso o filho com duas palavras ditas ao seu pai, para lhe chegar ao coração e de facto fazer ver ao seu pai que estava a ter um comportamento incorrecto. O amor que sentimos por nós mesmos, assim como a auto-imagem de merecimento e valor, têm que ser restaurados e elevados ao máximo.
É um direito de todos os seres humanos viver em estado de Excelência e Bem-estar porque um dia também vamos ser velhos. Por essa razão devemo-nos lembrar que quando vemos um idoso é a nossa imagem futura, e devemos auxiliá-lo em tarefas que necessite ou nos possa pedir ajuda para as concretizar. E pensarmos que um dia vai-nos chegar a velhice e deveremos tratá-los como gostaríamos que nos tratassem quando chegarmos a essa idade.
Com este trabalho realizado, concluí que é fundamental aprendermos a lidar com as pessoas da terceira idade porque são pessoas com muita experiência de vida, e merecem todo o nosso amor, carinho, ternura e consideração pelos seus gestos limitados que a velhice lhes proporciona ao longo da vida.
Apenas faz-me bastante confusão e refilo com os jovens que gozam com os velhotes e fazem troça deles.
E por tudo isto costumo dizer-lhes que um dia vão ser velhos e que não vão gostar nada de serem gozados e chamados de velhos.
EFA- A1 Heloisa Silva
sábado, 5 de junho de 2010
Sou Velha, mas não sou lixo.
GRANDE MAFALDA VEIGA!!!!!!!
"Sabes eu acho que todos fogem de ti para NÃO VER...a imagem da solidão que irão viver QUANDO FOREM COMO TU...!!!!!!! um resto de tudo que existiu...Quando forem como tu, um velho sentado no jardim"
Mas...cada pessoa,começando por si mesma,deve se preparar para,não só conviver com a realidade da solidão inerente a todas as idades,como para,da forma mais saudável possível, conviver e aproveitar das suas potencialidades e das do TEMPO em que estiver viva...
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