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Neste trabalho vou falar sobre o excerto dos textos publicados por alguns escritores em que abordam o tema “ser idoso”.
Também vou falar de mim a pensar quando eu for velhinho.
Algumas das fábulas são provas de realidade.
José Carlos Pereira Ary dos Santos nasceu em Lisboa, São Sebastião da Pedreira em 7 em Dezembro de 1936 e faleceu a 18 de Janeiro de 1984 foi um poeta e declamador português
Balada para uma velhinha
Uma pessoa nunca é velha mesmo mediante a idade que tenha, “velhos são os trapos”. Algumas pessoas a partir dos seus 50/60 anos de idade pela perda de memória, a falta de mobilidade e flexibilidade e o seu desgaste muscular e mental que as torna muitas vezes limitadas na sua vida normal, enquanto outras pessoas com 80/90 anos de idade são ainda muito activas na sua vida pessoal e mesmo na sociedade.
Eu, aos 55 anos, estou a realizar um sonho de voltar a ser estudante e com projectos para o futuro, mesmo quando for velhinho, sentado no sofá ou no banco de jardim como aquela velhinha de rosto sem frescura e de canseiras de rugas onde o tempo não facilitou a sua vida, assim nos fala o texto de José Carlos Ary dos Santos “Balada para uma Velhinha”.
Agora essa velhinha sozinha no banco de jardim, como deve ser triste neste mundo ser velhinha. Essa velhinha podia ser a minha mãe, mas ela não chegou a ser velhinha, faleceu nova.
Pedro Paixão, escritor português, nascido em Campo de Ourique, Lisboa, no dia 7 de Fevereiro de 1956. Doutorado em Filosofia. Foi professor dessa disciplina na Universidade Nova de Lisboa
A minha mãe demente
Um texto do livro de Pedro Paixão, O Mundo é tudo o que Acontece em que fala de uma pessoa como sendo a sua mãe, recordando-a como pessoa inteligente mas que por algum motivo perdeu qualquer coisa de muito importante da sua vida (a memória), esquecendo todo o sentido de vida o que a torna uma pessoa sem rumo e orientação própria talvez alguma doença como por exemplo: o Alzheimer que deixa uma pessoa fisicamente viva mas mentalmente sem vida esquecendo tudo o que a rodeia.
valter hugo mãe é o nome artístico do escritor Valter Hugo Mãe; nasceu em Saurimo, Angola no dia 25 de Setembro de 1971. Além de escritor é editor, artista plástico, cantor e DJ português.
Valter Hugo
Um escritor que fala da morte de uma pessoa, em que o seu cônjuge tem de ir viver para um lar.
Nesses lares da terceira idade, os velhinhos onde lhes é dado apoio moral e carinho também se tornam um encargo financeiro não acessível a muitas bolsas dos familiares e recorre-se a casas mais baratas e ilegais onde os nossos idosos podem viver em más condições higiénicas e não adequadas à sua vida, mesmo chegando ao ponto de serem maltratados até fisicamente.
Quantos deles choram e lembram a falta dos seus familiares, embora tenham os colegas de sala ou quarto para convívio enquanto vão esperando que a morte os separe.
Como deve ser triste ser velhinho! E muitas vezes não puderem ser atendidos os seus pedidos ou desejos
Muitos destes idosos são encaminhados para lares de 3ª idade, Misericórdias ou Instituições que os acolhem ou lhes prestam serviços ao domicílio.
Enquanto outros nada têm e vivem isolados ou abandonados pelos seus familiares que se encontram em países estrangeiros ou mesmo na sua terra natal e ainda não pensaram que um dia ainda podem ser velhinhos e precisam de apoio e carinho.
Nalgumas aldeias ainda é possível e tradicional que os pais andem mensalmente em casa dos filhos porque os filhos são pessoas disponíveis, querem e podem cuidar deles até aos seus últimos dias de vida, enquanto que outros gostariam de o fazer mas não o podem devido à sua vida profissional e não têm tempo para os acarinhar, nem lhes dar apoio.
Uma pessoa idosa muitas vezes é difícil de compreender pela revolta de si própria, ou por falta de noção da vida exterior o que os torna impacientes.
Mas hoje com os apoios do Estado, Misericórdias e Instituições alguns dos nossos idosos estão a ser acompanhados e os seus dias de vida vão-se alongando por mais alguns anos, ou seja, a esperança média de vida está a aumentar.
Para mim foi interessante ler este texto porque me fez pensar e cair na realidade de tudo aquilo que estava a ser dito e pela maneira como o escritor o tinha escrito pela sua ortografia sem utilizar as letras maiúsculas após os parágrafos e os pontos finais.
Gabriel García Márquez nasceu em Aracataca no dia 6 de Março de 1927 é um escritor, jornalista, editor e activista político colombiano.
Aos 90 anos
Eu também gostaria de acordar aos 90 anos não às 5 da manhã, mas às 7 ou 8 sem compromisso de escrever ou assinar crónicas mas com o sentido de estar vivo e lúcido para pensar um pouco naquilo que foi o meu passado.
Quando somos jovens ouvimos os nossos pais desabafarem as suas mágoas e não acreditamos muito nessa realidade.
Depois, com os anos a passarem por nós, vamo-nos identificando com os nossos pais pelas dores corporais, faltas de memória, algumas alterações fora do hábito normal, alguns comportamentos também diferentes daqueles que eram aplicados por nós em décadas anteriores.
José de Sousa Saramago nasceu em Azinhaga no dia 16 de Novembro de 1922 e é um escritor, roteirista, jornalista, dramaturgo e poeta português.
José Saramago
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Esta fábula conta-nos a lição de moral dada por uma criança de oito anos ao seu pai em relação ao comportamento que ele estava a ter com o pai pelo feio tratamento que estava a dar ao avô da criança, sendo obrigado a almoçar, jantar e cear sozinho sentado na soleira da porta para não sujar a casa devido à falta de mobilidade e alguma flexibilidade o que fazia com que ele deixasse cair a comida para o chão enquanto tentava levá-la à boca.
A criança ia observando este acontecimento com alguma atenção e um dia, para surpresa de seu pai, viu-o a trabalhar um bocado de madeira pensando que era um brinquedo mas na realidade era uma coisa mais importante.
Após a pergunta feita pelo pai, “o que estás a fazer?” o filho responde “estou a fazer uma tigela para quando o pai for velho e lhe tremerem as mãos e ser obrigado a ir comer para a soleira da porta como fizeram ao avô”.
Após esta explicação dada pela criança o pai viu a verdade e foi pedir desculpa e perdão ao seu pai e a partir daí passou a ajudá-lo a sentar-se na cadeira, por suas próprias mãos lhe levava a comida à boca porque ainda o podia fazer e o seu querido pai já não.
Por isso não desejes para os outros aquilo que não queiras que te aconteça.
Esta fábula faz lembrar outro acontecimento da existência de hábitos aplicados aos velhotes:
Fala a lenda que numa determinada localidade quando se atingia uma idade de velhote os filhos preparava um grande farnel e uma manta; levavam os seus pais para o bosque e lá os abandonavam para serem comidos pelas feras e sobreviverem enquanto a comida durasse. Ao abandoná-los os filhos voltavam para junto da família nessa localidade.
Certo dia, um filho ao ir levar o seu pai para esse destino, quando chegaram e ao fazer as despedidas, o filho foi surpreendido pelo pai ao vê-lo rasgar a manta a meio e dirigir-se ao filho entregando-lhe uma metade dessa manta dizendo-lhe ”guarda-a que é para ti”.
O filho após esta afirmação ficou pensativo.
Depois viu a verdade, pediu desculpa ao seu pai e trouxe-o de volta para a sua localidade de onde tinha partido, e graças a esse exemplo, nunca mais se repetiu essa história.
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